Recentemente li uma matéria publicada na revista Veja sobre a disputa entre os presidenciáveis pelo voto dos evangélicos, que, segundo estimativas, representam cerca de 25% do eleitorado brasileiro. Como já era mais do que esperado, uma parcela tão significativa dos eleitores não poderia ficar de fora do campo de ação dos candidatos. Por isso, já tem sido comum a realização de eventos a fim de promover candidatos junto ao público evangélico.
Outro fato que tem se tornado frequente nas eleições é a candidatura de pastores a cargos públicos.
Ao refletir sobre esses fatos, tento pensar no que os apóstolos diriam sobre a ocupação de cargos políticos por pastores e sobre a promoção de candidaturas em eventos evangélicos. Acredito que os conselhos dos apóstolos seriam extremamente úteis. Afinal, sendo os primeiros pastores da primeira igreja da história, os apóstolos teriam excelentes conselhos a dar.
Penso que há pelo menos um episódio bíblico que nos ajuda a enxergar o que os apóstolos diriam sobre o tema. Nos primeiros anos da igreja em Jerusalém, os Doze exerciam o pastorado naquela comunidade, com uma ampla área de atuação: eram responsáveis pela doutrina, pelo bom andamento da comunidade, por receber as doações feitas pelos discípulos e distribuí-las aos necessitados, etc.. Contudo, com o crescimento da igreja, foi necessário que se formasse uma equipe para cuidar do nobilíssimo serviço aos necessitados, a fim de que os apóstolos não se afastassem da oração e do ministério da Palavra. A nobreza do serviço às mesas não poderia afastar aqueles pastores do serviço da Palavra aos corações. Afinal, é a Palavra que limpa e muda a vida do homem. A declaração dos Doze foi clara: “Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. … quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (At. 6:1-6).
Diante disso, fico pensando: se os apóstolos decidiram não dividir sua atenção com o serviço às mesas, apesar da grandeza desse serviço, para se consagrarem ao que de fato transforma a vida do homem, o que eles teriam a dizer aos pastores que procuram dividir seu ministério com a atividade política? Qual seria o conselho deles?
Poderíamos refletir sobre o tema e chegarmos a algumas conclusões úteis e interessantes. Contudo, quero encerrar o post deixando esse tema para reflexão individual, e transcrevendo um ensino bíblico sobre a relação entre o cristão e a autoridade política: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (I Tm. 2:1-3).
Em testemunho
--Danilo.
Marcadores: Política
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